sexta-feira, 11 de março de 2022

Mestre do Fotojornalismo no Brasil, Orlando Brito morre aos 72 anos

 Ao longo da vida, o premiado fotojornalista fez cliques de presidentes da República e dos bastidores do poder, bem como da economia e de eventos pelos mais de 60 países por onde passou


Morreu na madrugada da sexta-feira (11/3), aos 72 anos, em Brasília, o fotojornalista Orlando Brito de falência múltipla nos órgãos, após uma cirurgia no intestino. Orlando faleceu por volta das 3h30, no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Ele estava internado na UTI da unidade hospitalar havia 34 dias.

Um dos mais conhecidos e premiados fotógrafos brasileiros, com atuação de destaque na área da política o profissional, ao longo da vida, fez cliques de presidentes da República e dos bastidores do poder, bem como da economia e de eventos pelos mais de 60 países por onde passou, fazendo coberturas presidenciais, papais e esportivas, como Copas do Mundo e Jogos Olímpicos. A obra dele é conhecida como um olhar crítico da história recente do Brasil, registrando presidentes e personalidades políticas desde o período da ditadura militar.

Mineiro, nascido em 8 de fevereiro de 1950 em Janaúba, veio com a família para Brasília na época da inauguração da cidade na qual morou e trabalhou até o fim da vida. Autodidata, teve começo precoce na profissão, iniciando como laboratorista da sucursal do jornal carioca Última Hora, aos 14 anos de idade, para o qual passou a fotografar dois anos mais tarde.

Entre os outros veículos por onde passou, estão o jornal O Globo, onde se firmou profissionalmente, trabalhando lá entre 1968 e 1982. O reconhecimento maior do trabalho dele veio depois, quando foi para a  revista Veja, periódico no qual atuou por 16 anos e foi editor de fotografia, em São Paulo. Nos anos 1990, retorna a Brasília, onde foi chefe do escritório local da revista Caras. Depois, retorna a trabalhar para a Veja, dessa vez como repórter fotográfico. Somando todo o período que trabalhou para a revista, Orlando Brito emplacou o impressionante número de 113 capas. No Jornal do Brasil, teve uma breve passagem no fim da década de 1980.

Recentemente, dirigia sua própria agência de notícias, a ObritoNews e ministrava cursos, workshops para grupos em empresas e aulas em universidades, faculdades e escolas de comunicação e jornalismo.


Prêmios e publicações

Ao longo da sua carreira, Orlando recebeu prêmios importantes no fotojornalismo, entre eles o World Press Photo Prize, concedido pelo Museu Van Gogh, na Holanda, em 1979. Foi laureado 11 vezes pelo Prêmio Abril de Fotografia, do qual foi considerado hors-concours da premiação, termo em francês relativo a uma pessoa que não pode mais participar de um competição. Recebeu a distinta Bolsa de Fotografia da Fundação Vitae, de São Paulo, em 1991, e prêmios de Aquisição da I Bienal de Fotografia do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e da Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba.

Corpo e alma é seu mais recente livro, lançado em dezembro de 2006. Além dele, o fotógrafo Orlando Brito lançou quatro outros livros de fotografia, intitulados Perfil do poder (1982), Senhoras e senhores (1992), Poder, glória e solidão (2002) e Iluminada capital (2003) e está presente em mais de 30 outras publicações coletivos.

Fotografias suas podem ser encontradas em acervos de colecionadores institucionais e privados como o Museu Georges Pompidou, de Paris (França), Coleção Pirelli, do Masp, o Museu de Arte Moderna (MAN), no Rio de Janeiro, Instituto Moreira Salles e a Enciclopédia de Artes Visuais do Instituto Cultural Itaú.

Londres, Nova Iorque, Paris, Tóquio, Madri, Lisboa, Basiléia e Buenos Aires são algumas das cidades mundo afora que puderam prestigiar sua obra em exposição.

Vai com Deus MESTRE!!!