segunda-feira, 29 de junho de 2020

É OU NÃO É? Bolsonaro estuda situação de ministro da Educação e avalia novos nomes


O presidente Jair Bolsonaro "está estudando" a situação do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, e já conta com uma "lista" de nomes que possam assumir o lugar do titular do MEC caso a posse não seja efetiva.

O desgaste gerado pelo fato de o currículo de Decotelli apresentar inconsistências, segundo um auxiliar direto do presidente, foi um tema constante nesta segunda-feira. "O presidente não ficou satisfeito com a situação", disse este interlocutor de Bolsonaro.

Questionado sobre os nomes que estão na mesa, esse auxiliar afirmou - que como já existia na semana passada - "há uma lista de nomes". A ideia, porém, é não tomar nenhuma decisão precipitada e avaliar a real situação de Decotelli.

A nomeação de Decotelli foi publicada em edição extra do Diário Oficial na quinta-feira (25), após anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro. O governo planejava uma solenidade de posse nesta terça-feira (30), mas a realização do evento ainda não está confirmada.

No fim da tarde desta segunda-feira, Bolsonaro recebeu Decotelli para uma reunião no Palácio do Planalto.

Um auxiliar do núcleo militar, que chancelou o convite para Decotelli fazer parte do governo, informou que o ainda ministro não é um militar de carreira. "Ele não é da Marinha. Fez um curso no CIORM (Centro de Instrução de Oficiais da Reserva da Marinha) há muitas décadas atrás e não seguiu carreira", disse.

Um general que não atua diretamente no governo, mas possui interlocução com o presidente e ministros, disse que a situação é "lamentável". "Essa questão do currículo apresentado ter incoerências é muito ruim. E infelizmente, o presidente ainda está na defensiva", avaliou.

Outro auxiliar do presidente, mais ligado ao Congresso, ponderou que, apesar do desgaste, Decotelli não está descartado. "Acho que ele ainda pode ficar", disse.

Olavistas em movimento 

A possível queda de Decotelli recoloca os olavistas no xadrez político que se dá ao redor da cúpula bolsonarista. O escolhido para o MEC chegou ao cargo indicado e chancelado pelos militares, rivais da ala ideológica, e sua provável saída, motivada por uma série de equívocos curriculares, impacta a relação de confiança entre o presidente e os generais.

Os olavistas, que tinham sido preteridos no "processo seletivo" que Bolsonaro adotou antes da escolha de Decotelli, voltaram a exercer pressão, intermediada pelo filho do mandatário, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A chefia do MEC é um anseio antigo dos seguidores do ideólogo Olavo de Carvalho.

Um dos nomes mais fortes entre os componentes do núcleo ideológico é o do escritor Sérgio Sant'ana, ex-auxiliar de Abraham Weintraub e amigo de Eduardo. Quem também foi recolocado à baila é o novo secretários de Alfabetização, Carlos Nadalim.

BARÃO DE INOHAN 290 - 29 de junho de 2020

BARÃO DE INOHAN 209
29 de junho de 2020

- Maricá perde grandes nomes no mês de junho
- Morre o cantor e compositor Claudinho Guimarães
- Morre o ex-vereador Paulo Maurício
- Morre Estinho
- Transsexual é mora a pauladas no Bairro Amizade
- Novo Hospital Municipal de Maricá é destaque na imprensa nacional e mundial
- Quem será o número 2 na chapa de Fabiano Horta nas eleições deste ano?
- PAT tem prorrogação de mais três meses
- Justiça derruba lei estadual de desconto nas mensalidades escolares
- São José é o novo epicentro da Covid em Maricá
Tudo isso e muito mais na edição de 29 de junho do jornal Barão de Inohan

EM RESPEITO E CUIDADO AOS NOSSOS LEITORES, PARA EVITAR O MANUSEIO EXCESSIVO DA VERSÃO IMPRESSA DO JORNAL BARÃO DE INOHAN, ESTAREMOS CIRCULANDO APENAS NA VERSÃO ON LINE DURANTE O PERÍODO DA PANDEMIA DO COVID 19 E ENQUANTO DURAREM AS DETERMINAÇÕES DA PREFEITURA DE MARICÁ NA PREVENÇÃO DA PANDEMIA.








quinta-feira, 18 de junho de 2020

CULTURARTEEN 221 - edição especial - junho de 2020

CULTURARTEEN 221
edição especial - junho 2020

Quebrando preconceitos, o CulturarTEEN vem contar a história de vida e a trajetória da jovem modelo e atriz pornô, Amandaah Lua, de Maricá para o mundo.

EM RESPEITO E CUIDADO AOS NOSSOS LEITORES, PARA EVITAR O MANUSEIO EXCESSIVO DA VERSÃO IMPRESSA DO INFORMATIVO CULTURARTEEN, ESTAREMOS CIRCULANDO APENAS NA VERSÃO ON LINE DURANTE O PERIODO DA PANDEMIA DO COVID 19 E ENQUANTO DURAR AS DETERMINAÇÕES DA PREFEITURA DE MARICÁ NA PREVENÇÃO DA PANDEMIA.


Informativo Culturarteen, edição especial de junho de 2020, já circulando









terça-feira, 16 de junho de 2020

VENEZUELA DENUNCIA BOLSONARO NA ONU POR NEGLIGÊNCIA COM A PANDEMIA

Regime de Maduro afirmou que o Brasil representa 'sério perigo' e é o 'pior inimigo dos esforços' de combate à Covid-19


O regime de Nicolás Maduro denunciou a atuação de Jair Bolsonaro em relação à pandemia perante a Secretaria Geral das Nações Unidas. Segundo o país, Bolsonaro apresenta uma "atuação irresponsável".


"A negligência criminosa do governo brasileiro ao abordar essa realidade nas regiões limítrofes da fronteira sudeste do nosso país é motivo de grande alarme", disse o comunicado enviado nesta segunda-feira pelo representante venezuelano na ONU, Samuel Moncada.

O documento argumenta que o Brasil "coloca em sério perigo milhões de vidas", por registrar mais de 22% dos casos de Covid-19 no hemisfério ocidental, e que se tornou o "pior inimigo dos esforços" para a saída da pandemia na América Latina.

Nas redes sociais, o ministro de Relações Internacionais da Venezuela, Jorge Arreaza, também criticou o governo brasileiro e pediu a intervenção da ONU: “A negligência de Jair Bolsonaro na gestão da pandemia atenta contra toda a América do Sul”.

Bolsonaro rompeu relações com o regime no início de março, quando o Itamaraty deu prazo de dois meses para a saída dos representantes de Maduro da embaixada e dos consulados no Brasil.  Por decisão do STF, no entanto, os diplomatas continuam no país até o fim da pandemia.


(Por Naomi Matsui)

PRTB ABRE MÃO DE FUNDO ELEITORAL EM BENEFÍCIO DO TRATAMENTO DA COVID 19

Em meio a esta pandemia, precisamos fazer a nossa parte para contribuir com o país. E isso não é diferente com os partidos políticos, por isso o PRTB renuncia ao FEFC - Fundo Especial de Financiamento de Campanha, comumente conhecido como fundo eleitoral.

Essa ação faz parte do comprometimento do partido com a nação brasileira e com a cidade de Maricá, expressando o nosso desejo de união para que possamos superar esta crise.

domingo, 14 de junho de 2020

BARÃO DE INOHAN 208 - 14 de junho de 2020

BARÃO DE INOHAN 208 
14 de junho de 2020

- CIRO FONTOURA É LANÇADO PRÉ-CANDIDATO A PREFEITO DE MARICÁ PELO REPUBLICANOS
- CÂMARA DE MARICÁ VOLTA COM SESSÕES ORDINÁRIAS, AGORA ON LINE
- BRASIL ULTRAPASSA 850 MIL CASOS CONFIRMADOS.
- MARICÁ REGISTRA 2.222 CASOS CURADOS E DESCARTADOS
- BANCO MUNDIAL PREVÊ TRAGÉDIA NA AMÉRICA LATINA
- VÁRIOS ARTISTAS E ARTESÃOS DE MARICÁ AINDA NÃO RECEBERAM NENHUM TIPO DE AUXÍLIO EMERGENCIAL
- INFECTOLOGISTA DA UFRJ PREVÊ EXPLOSÃO DE CASOS APÓS RETOMADA DE SERVIÇOS
- INOCENTES DE MARICÁ COMPLETA 17 ANOS
- PERÍCIA CONFIRMA QUE VEREADOR RICARDINHO NETUNO NÃO ARROMBOU GALPÃO

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Jornal Barão de Inohan, edição de 14 de junho de 2020, já circulando









domingo, 7 de junho de 2020

Após falar em recontagem de mortos, Carlos Wizard diz que recusou convite para integrar Ministério da Saúde

Ele também agradeceu ao ministro interino Eduardo Pazuello pela "confiança"
Carlos Wizard Martins é fundador da rede de escolas Wizard Foto: Adriana Lorete

Convidado para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, o empresário Carlos Wizard Martins informou na noite deste domingo, em suas redes sociais, que não aceitou o posto e que deixou de atuar como conselheiro da pasta, na condição de voluntário.

A saída ocorre dois dias depois de Wizard provocar polêmica ao declarar à coluna da jornalista Bela Megale, do GLOBO, que o ministério iria recontar o número de mortos no Brasil pela Covid-19. Segundo ele, os dados atuais seriam "fantasiosos ou manipulados".

"Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da Covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas", disse o empresário neste domingo.

Na manifestação, ele também agradeceu ao ministro interino Eduardo Pazuello pela "confiança", mas disse que decidiu não aceitar para continuar se dedicando "de forma solidária e independente" aos trabalhos sociais que iniciou em 2018 em Roraima, onde conheceu o general que hoje comanda a saúde.

À coluna de Bela Megale, Wizard afirmou que o número de mortos estaria inflado, apesar de pesquisas já terem demonstrado e do próprio Ministério da Saúde ter admitido, em outras gestões, que há um grande número de subnotificações.

Na mesma noite, a pasta modificou novamente a forma de divulgar o número de casos confirmados e óbitos e deixou de informar a quantidade total, limitando-se a apontar os registros da últimas 24 horas. A mudança no formato não foi informada previamente. Além disso, o portal mantido pelo ministério com dados atualizados da Covid-19 foi tirado do ar temporariamente.

– Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como Covid. Estamos revendo esses óbitos. – afirmou Wizard.

Segundo Wizard, a pasta tem convicção que o número de mortos no Brasil seria menor que o divulgado até agora.

– Eu acredito que vai ter um dado mais real, porque o número que temos hoje está fantasioso ou manipulado.

O futuro secretário disse à coluna que participou da decisão de rever o levantamento e que um balanço atualizado deve ser publicado dentro de um mês. As informações divulgadas diariamente pelo Ministério da Saúde são resultados das soma de casos e mortes contabilizados pelas secretarias de saúde de cada Estado.

Conass reage
No sábado 06/6, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou nota em repúdio a declarações de Wizard. "Ao afirmar que secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos decorrentes da Covid-19 em busca de mais 'orçamento', o secretário, além de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias", diz nota assinada pelo presidente do Conass, Alberto Betrame.

Para o Conass, "a tentativa autoritária, insensível, desumana e anti-ética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19, não prosperará".

"Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos (os mortos) e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação. Ofende secretários, médicos e todos os profissionais da saúde que têm se dedicado incansavelmente a salvar vidas. Wizard menospreza  a inteligência de todos os brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como 'mercadoria'. Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco. Não somos mercadores da morte", completa a nota do Conass.

sábado, 6 de junho de 2020

'Manipulação de estatísticas é manobra de regimes totalitários', afirma Gilmar Mendes sobre dados de Covid-19

Ministro do STF criticou as mudanças feitas pelo Ministério da Saúde na divulgação de casos de Covid-19 no Brasil


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, fez duras críticas na noite deste sábado às mudanças feitas pelo Ministério da Saúde na divulgação dos dados sobre casos e óbitos de Covid-19 no Brasil. O ministro escreveu em sua conta no Twitter que "a manipulação de dados é manobra de regimes totalitários" e disse ainda que as mudanças não vão "isentar responsabilidade pelo eventual genocídio".

"A manipulação de estatísticas é manobra de regimes totalitários. Tenta-se ocultar os números da #COVID19 para reduzir o controle social das políticas de saúde. O truque não vai isentar a responsabilidade pelo eventual genocídio. #CensuraNao #DitaduraNuncaMais", escreveu o ministro.

Os números do coronavírus no Brasil e no Mundo

Desde a saída de Luiz Henrique Mandetta, o ministério enfrenta uma série de mudanças na divulgação dos dados. No sábado (06/6), porém, o ministério passou a não apresentar os dados acumulados no portal oficial sobre a Covid-19. Além disso, Carlos Wizard, que assumirá a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, disse à coluna da jornalista Bela Megale, no GLOBO, que o Ministério da Saúde vai recontar o número de mortos no Brasil por Covid-19. Segundo ele, os dados atuais seriam "fantasiosos ou manipulados".

Dados acumulados retirados
Na sexta-feira, a pasta modificou a forma de divulgar os dados e deixou de informar o total de casos e óbitos do país e de cada estado. Somente os casos e mortes confirmadas nas últimas 24 horas passaram a ser informados. Além disso, tirou o portal do ar. No lugar, apareceu uma mensagem que dizendo que a plataforma estava em manutenção.

Enquanto a pandemia avança no Brasil, com recordes em número de casos e mortes registradas diariamente, o Ministério da Saúde vem atrasando a divulgação dos dados, que só saíram depois de 21h30, desde quarta-feira, após os principais telejornais do país finalizarem suas edições. A disponibilização dessas informaçoes já havia sido transferida das 17h para as 19h, anteriormente.

O número de mortes decorrentes do novo coronavírus chegou a 35.026 nesta  sexta-feira, com 1.005 novos óbitos registrados nas últimas 24 horas. O número de casos confirmados subiu para 645.771, segundo boletim diário do Ministério da Saúde.

O presidente Jair Bolsonaro comentou, na manhã deste sábado, a demora na divulgação de dados da Covid-19 no país. "Para evitar subnotificação e inconsistências, o Ministério da Saúde optou pela divulgação às 22h, o que permite passar por esse processo completo. A divulgação entre 17h e 19h, ainda havia risco subnotificação. Os fluxos estão sendo padronizados e adequados para a melhor precisão", escreveu ele no Twitter, citando nota do Ministério da Saúde.

Em reação às mudanças do governo na política de divulgação dos dados sobre a Covid-19 no Brasil, o Congresso e o Tribunal de Contras da União (TCU) preparam um sistema paralelo de contabilidade dos números da doença. A ideia consiste em reunir os dados das secretarias estaduais de Saúde. O ministro da Corte de Contas Bruno Dantas anunciou que cogita “propor ao TCU e aos tribunais de contas estaduais que requisitemos e consolidemos dados estaduais para divulgação diária até 18h”.

Autoridades reagem à tentativa de maquiar dados
A declaração foi criticada por pesquisadores, médicos e ex-integrantes do ministério.

- Não faz sentido recontar dados. Fala mostra a inexperiência na gestão do Ministério da Saúde. Não tem sentido fazer essa revisão. os países quando fazem a revisão, o número em geral aumenta. Ninguém faria um aumento propositado, é impensável - afirmou o médico João Gabbardo, ex-secretário-excutivo do ministério na gestão de Luiz Henrique Mandetta.

Mandetta também criticou as mudanças e a ameaça de revisão dos dados. Ele também fez analogias com problemas semelhantes ocorridos durante a ditadura militar.

- Em 1975, no regime militar, houve epidemia de meningite e aquilo foi escondido, até a hora que se teve que fazer uma campanha de vacinação à jato porque o número de mortes era escondido. E quando eclode, não tem jeito, porque a morte é um fato, não tem como esconder. É uma tragédia o desmanche da informação - afirmou Mandetta, em transmissão pela internet do Instituto de Direito Público (IDP).

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou nota, neste sábado, em repúdio às declarações de Carlos Wizard. A nota assinada pelo presidente do Conass, Alberto Betrame, diz que, "ao afirmar que secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos decorrentes da Covid-19 em busca de mais 'orçamento', o secretário, além de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias".

As mudanças na forma de divulgar os dados fizeram parlamentares oposição a apresentarem requerimentos de convocação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, para dar explicações no Senado e na Câmara. Os pedidos foram feitos pelo líder do PSB na Câmara, o deputado Alessando Molon (RJ), e pela líder do Cidadania no Senado, a senadora Eliziane Gama (MA). Eles reclamam de falta de transparência. Molon anunciou ainda uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) e uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU).

Florianópolis registra um mês sem mortes por Covid-19 mas teme a chegada do inverno

Cidade, modelo no Brasil no combate a Covid-19, está há 80 dias com o transporte público suspenso; ônibus municipais voltam a circular em 17 de junho



A cidade de Florianópolis completou nesta quinta-feira 31 dias sem mortes registradas oficialmente pelo novo coronavírus. Até 05/6, foram sete óbitos confirmados na capital por Covid-19.

O fato tem sido atribuído a uma longa e bem sucedida quarentena adotada pela prefeitura. Mas o secretário municipal de Saúde, Carlos Alberto Justo da Silva, pondera que a cidade ainda não atingiu o pico de transmissão do vírus e que a chegada do inverno será um importante teste. A mudança de estação passou a ser motivo de preocupação porque é quando as hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) crescem.

Florianópolis tinha até esta quinta-feira 872 casos confirmados de Covid-19. Outros 1.367 casos suspeitos estavam em análise. De acordo com a prefeitura, a taxa de contaminação na cidade tem se mantido em 1, ou seja, um indivíduo infectado tem transmitido o vírus para uma pessoa. Cidades vizinhas à capital catarinense registram um cenário parecido.

Em relação à subnotificação de casos de Covid-19, o secretário municipal admite que ela existe, mas ele nega que seja expressiva.

-Se fosse, os óbitos teriam acontecido e não temos - disse.

Boletim epidemiológico do governo de Santa Catarina apontou em maio uma explosão dos casos de SRAG no estado. Entre janeiro e abril deste ano foram registrados 2.114 casos e 217 mortes por SRAG. No mesmo período do ano passado, foram 293 e 27, respectivamente. A prefeitura de Florianópolis informou ontem que não registrou nenhuma morte em 2020 por SRAG por outros vírus respiratórios (onde se enquadraria o novo coronavírus). "Nenhum outro caso, além dos sete noticiados pela prefeitura, foram positivados para Covid-19, lembrando que todos foram testados para o vírus. Alguns casos aguardam resultados para outros vírus respiratórios", disse o governo municipal em nota.

Florianópolis foi a primeira capital a decretar quarentena no país em razão da pandemia em 13 de março. Até hoje o transporte público municipal está suspenso. Ele será retomado gradualmente a partir do próximo dia 17. Outros municípios do entorno, como Palhoça, vão liberar a circulação de ônibus na próxima segunda-feira.

A prefeitura aponta a testagem da população como outro fator importante para o controle da epidemia até agora. Ela começou há cerca de um mês e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram aplicados 10.668 testes do tipo rápido ou PCR. Isso dá uma taxa de 2.232 testes/100 mil habitantes ou 22 mil/milhão de habitantes. Equivale a cinco vezes o índice de testagem de São Paulo ou do Brasil, que está em torno de 4.000/milhão de habitantes. O objetivo do município é alcançar 30 mil testes realizados.

A ocupação de leitos de UTI na cidade, termômetro da pressão sobre a rede de saúde, está em torno de 60%, segundo o Sindicato dos Médicos de Santa Catarina. O índice é considerado bom pela entidade, que apoiou as medidas de isolamento social na cidade e agora defende a reabertura econômica. Na cidade de São Paulo, por exemplo, essa taxa estava em 64% nesta quinta-feira.

- Temos uma condição confortável hoje mas, com o inverno apertando, pode piorar. Esse sucesso até agora nos mostra que encaminhamos a situação de forma adequada. Foi um remédio amargo. Agora se foi mais do que deveria ainda vamos descobrir - disse Cyro Soncini, presidente do sindicato dos médicos.

TRANSPORTE COLETIVO E MÉDICO DA FAMÍLIA
- O desafio será no inverno a partir do fim de junho - afirmou o secretário de saúde.

Para ele, um dos fatores de controle da epidemia na cidade foi a interrupção do transporte coletivo e a cobertura de 100% da população do programa de Saúde da Família.

- Acreditamos que o transporte coletivo é um fator de risco maior do que o funcionamento do comércio. Estamos há mais de 80 dias sem a circulação de ônibus na cidade, embora o comércio já tenha retomado as atividades. O fato de termos 100% da população atendida por médico da família também permitiu que a gente agisse rapidamente na identificação e isolamento dos casos - disse Silva.

Na capital, a reabertura do comércio veio antes do que a retomada do transporte. As projeções é que a quarentena levou a demissões de cerca de 450 mil pessoas até agora.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Carta de comitê dos EUA sobre governo Bolsonaro 'liquida chances de acordo com Brasil', diz Ricupero

Para ex-ministro do Meio Ambiente e da Fazenda, com as atuais políticas para questões ambientais, será cada vez mais difícil encontrar parceiros comerciais


O posicionamento do Comitê de Assuntos Tributários americano em relação ao governo Bolsonaro “praticamente liquida” as chances de acordo com o Brasil, avalia o diplomata e ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente Rubens Ricupero.

Quais serão os efeitos dessas duas decisões?
O que me impressionou mais é a carta do comitê da Câmara dos EUA. É o mais poderoso do Congresso americano. Todas as questões ligadas a comércio são tratadas nesta comissão, e ela é absolutamente fundamental para qualquer acordo, inclusive para poder dar uma licença para começar a negociação. Achei muito impressionante a carta, que praticamente liquida qualquer tipo de tentativa de um acordo com o Brasil, porque os democratas dominam a Câmara.

Então a posição do comitê trava qualquer tipo de negociação?
Eles tendo essa posição na Câmara, não há possibilidade de o USTR (Representante de Comércio dos EUA, na sigla em inglês), que é o órgão que negocia, poder prosseguir. Mesmo que prossiga, não tem condições de ver isso aprovado. Uma coisa que aqui no Brasil ninguém tem realçado: Joe Biden é muito mais comprometido com o meio ambiente do que o (ex-presidente dos EUA Barack) Obama. Ele foi vice do Obama, mas ele é mais ligado à ideia da economia verde. Então ele sendo presidente, a situação em matéria de meio ambiente vai ficar mais complicada para o Brasil.

A aposta do Bolsonaro em se alinhar ao Trump vai acabar colocando o país em uma situação ruim caso Joe Biden vença?
Vai ficar em uma situação difícil. É claro que os EUA vão procurar ter um bom relacionamento com o Brasil, mas não vai ser mais com o governo americano essa intimidade que o governo brasileiro hoje pretende ter. O Biden já fez declarações sobre o desmatamento da Amazônia recentemente, então isso tende a ficar difícil. Sobretudo porque a estação chuvosa da Amazônia está chegando ao fim, daqui a pouco começam os incêndios de novo. A não ser que o Brasil dessa vez consiga ter um desempenho melhor do que no ano passado, vai voltar toda essa campanha.

E quanto à decisão do Parlamento holandês?
Já houve decisões nos Parlamentos da Áustria e da Irlanda. Hoje não há absolutamente ambiente para que a União Europeia possa ratificar o acordo. Acredito que os europeus não vão propriamente abandonar o acordo, mas deixar em banho-maria, vendo se a situação melhora. Nos próximos meses, não creio que haverá uma evolução.

A equipe econômica tem uma política de abertura comercial. Essas repercussões das questões ambientais não trazem uma situação ruim para essa política?
Para fazer uma abertura comercial na base de acordos, você precisa ter parceiros que aceitem negociar. Na situação que está aqui nessa área de meio ambiente, cada vez vai ser mais difícil encontrar parceiros expressivos que queiram negociar com o Brasil. (A opção seria) uma abertura unilateral. O Brasil, se quisesse, podia fazer, mas não sei se tem cacife pra isso. Porque, com o desemprego que vamos sair da Covid-19, a primeira consequência de uma abertura unilateral é (mais) desemprego.

Como?
Vou dar um exemplo claro. Um dos setores que mais empregam no Brasil é o automobilístico e todas as indústrias conexas, autopeças etc. Essa é uma das áreas que têm as tarifas mais altas, 35% de proteção. Se o governo brasileiro quisesse acabar com a proteção no setor automobilístico, é claro que ele pode, pode fazer um decreto. Mas o que acontece? Ele liquida toda a indústria automobilística, que vai afetar inúmeros estados, vai ter um desemprego em massa numa situação que o país já está muito prostrado e vai demorar muito simplesmente para absorver o desemprego atual, sem falar em criar novos empregos. É uma impossibilidade prática, a não ser que eles quisessem se suicidar.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Reabertura do Rio: Crivella libera calçadão, igrejas e atividades esportivas individuais no mar a partir de 02/6

Plano terá seis fases a cada 15 dias caso curva de contaminações e mortes por Covid-19 se mantenha estável


O prefeito Marcelo Crivella anunciou nesta segunda-feira que o plano de reabertura da economia e a redução das medidas de isolamento social vão começar a partir já de terça-feira, dia 2. Entre elas, caminhadas no calçadão e atividades esportivas individuais no mar, como natação ou surfe, abertura de templos religiosos e funcionamento de lojas de móveis e automóveis. Porém, ainda será proibido aluguel de barracas de praia, por exemplo. Sobre as atividades na água, a prefeitura ressalta que a liberação não refere-se ao banho de mar como forma de recreação, mas como prática esportiva.

O plano dividido em seis fases só deve ser concluído em agosto, caso não haja um aumento de casos que a capacidade de leitos da cidade não absorva. Para isso, o monitoramento sera diário.

Dentro do cronograma, as aulas só serão retomadas em julho. No primeiro momento, serão liberadas as turmas do quinto ao nono ano, com restrições de turmas. E haverá rodízio de alunos mesmo depois da última fase.



Serviços e atividades permitidas a partir do dia 2:
- Caminhadas no calçadão e atividades na água, como surfe. As atividades na areia, como escolinhas, continuarão proibidas;
-Atividades em templos religiosos desde que respeitadas normas para evitar aglomerações;
- Lojas de móveis e automóveis, mas feirões continuam proibidos.

Fila para vagas em UTI é um critério
Crivella acrescentou que um dos fatores para decidir pela reabertura é o fato de não haver nesse momento filas em UTIs da rede pública municipal. Os pacientes que ainda precisam ser internados estão aguardando a vaga por motivos secundários como a espera de ambulância para a transferência. Na capital, a espera por uma vaga de terapia intensiva já chegou a mais de mil leitos.

Segundo o prefeito, as medidas foram discutidas em comum acordo com o governo estadual. O secretário estadual de Saúde, Fernando Ferry, participou da reunião com a comunidade científica que decidiu pela reabertura.

A reabertura das igrejas e templos religiosos está proibida por decisão judicial. No entanto, o prefeito disse que pretende discutir com a Justiça os detalhes da nova regulamentação.

– Prolongar o isolamento pode trazer benefícios para evitar a Covid-19. Mas nós registramos aumento de casos de mortes de outras comorbidades como cardiopatias, câncer, porque os pacientes suspenderam o tratamento e não têm ido às unidades de saúde – argumentou Crivella.

O superintendente de Educação e Projetos da Vigilância Sanitária, Flavio Graça, explicou parte do plano. O processo de retomada será monitorado levando-se em conta a taxa de ocupação de leitos por 100 mil habitantes e a evolução semanal de óbitos. Se não houver mudanças drásticas nas curvas, as fases serão implementadas a cada 15 dias.

Na primeira fase, apenas o comércio essencial continuará liberado. Na segunda, os shoppings poderão reabrir, mas com redução de um terço da capacidade dos estacionamentos. E uma pessoa por quatro metros quadrados.

Também na fase 1, os parques públicos estão liberados para atividades físicas. O aluguel de barracas de praia na areia só vai ocorrer na fase 5.

Na terceira fase, abrem as lojas de rua com impacto maior no transporte público. O decreto que restringe a circulação em 13 centros de bairro, que vence nesta segunda-feira, será prorrogado enquanto o comércio de rua não for liberado.

Os salões de beleza só abrem na fase 3, com horário marcado. Os servicos de depilação, maquiagem, tatuagem e sauna permanecem fechados nessa fase.

Os pontos turísticos só reabrirão na quarta fase, com capacidade limitada a um terco. Na fase 5, aumenta para dois terços; e na fase 6, abre com lotação normal.

Com relação às atividades culturais, será permitido drive inn nas fases iniciais, com duas pessoas e da mesma famlia. As vendas de ingresso só poderão ser on-line ou por autoatendimento. Atividades culturais como cinema e teatro em espaços fechados só voltam na fase 4, limitadas a um terço da capacidade.

Nas fases seguintes, a cidade voltará à quase total normalidade, mas ainda com o uso de máscaras.

O prefeito, por sua vez, explicou que vários fatores influenciaram na decisão sobre o cronograma de abertura. Entre os quais a capacidade dos setores gerarem receitas e empregos. E se produzem mais ou menos aglomerações.

O plano começa com as duas primeiras fases consideradas atividades econômicas de baixo risco, a primeira de três classificações. As outras são médio risco (fases 3 e 4) e alto risco (fases 5 e 6).

Algumas atividades têm as chamadas regras de ouro que todos os setores da economia terão de cumprir. Quem cumprir as regras poderá preencher uma autodeclaração no site da prefeitura.