terça-feira, 21 de julho de 2020

Brasil tem 2.122.577 casos de Covid-19, com 80.264 mortes.


O número de casos confirmados de Covid-19 no Brasil subiu para 2.122.577, indica o boletim das 8h do consórcio de veículos de imprensa formado por EXTRA, O Globo, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo nesta terça-feira. Os números são consolidados a partir das secretarias estaduais de Saúde. O total de óbitos é de 80.264.

As estatísticas da pandemia no Brasil são divulgadas três vezes ao dia. O próximo levantamento será divulgado às 13h. A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde na gestão do interino Eduardo Pazuello.

Desde o levantamento fechado da última quarta-feira, às 20h, apenas Goiás e Roraima atualizaram suas estatísticas. Até o momento, são 932 casos de Covid-19 notificados pelas secretarias estaduais de Saúde desde a noite de ontem, além de 13 novas vítimas fatais.

Aos finais de semana, é comum haver um represamento nos números pelas secretarias estaduais em função do expediente reduzido, o que acaba sendo corrigido nos primeiros dias da semana. Normalmente, após uma pequena oscilação, os números voltam a crescer às terças-feiras no balanço fechado, às 20h.

Vacinas em testes
Um artigo publicado na última segunda-feira pela revista científica The Lancet concluiu que a vacina candidata da Universidade de Oxford (Reino Unido), produzida em parceria com o laboratório AstraZeneca, demonstrou ser segura, ter poucos efeitos secundários e ter estimulado a produção de anticorpos e células do sistema imune contra o novo coronavírus. A fórmula está sendo testada no Brasil em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e O Instituto D'Or, no Rio.

Além da vacina de Oxford, outras duas pesquisas anunciaram resultados promissores semelhantes. A China disse que a vacina contra a Covid-19, que chegou na última segunda-feira ao Brasil e começará a ser testada hoje, desenvolvida pela Sinovac e pela unidade de pesquisa militar chinesa, também mostrou resposta imune segura e induzida na maioria dos receptores.

A empresa alemã de biotecnologia BioNTech e a farmacêutica americana Pfizer divulgaram, também na última segunda-feira, dados adicionais de sua vacina experimental contra o coronavírus que provam que ela é segura e foi capaz de induzir resposta imunológica nos pacientes.

Reinfecção
Dois casos de possível reinfecção por coronavírus são investigados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Estão sob análise dois pacientes que se curaram da Covid-19 em maio, mas tiveram de novo sintomas da doença em julho. Os testes de ambos voltaram a dar positivo para o Sars-CoV-2.

“Os sintomas e testes positivos em dois períodos diferentes poderiam ser explicados por outra virose por um vírus diferente, que causaria confusão porque haveria ainda fragmentos inativos [de Sars-CoV-2] que permaneceram no corpo do paciente”, afirma a instituição em nota enviada à imprensa. A informação sobre a investigação foi antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo no último sábado.

Cloroquina
O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Helio Angotti Neto, reagiu ao ser questionado sobre uma nota da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) contra o uso da cloroquina como parte do tratamento de pacientes da Covid-19 e disse que a palavra “ciência” vem sendo usada como “porrete”.

— É claro que há níveis de evidência e estamos fazendo o nosso trabalho de avaliar as evidências. Só peço um pouco de consciência e responsabilidade no uso da palavra ciência. As pessoas estão usando a palavra ciência como se fosse um porrete — disse o secretário em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

A nota da SBI foi divulgada nesta sexta-feira e se baseou em dois estudos divulgados recentemente que indicam que a cloroquina não tem eficácia contra a doença.

Além disso, o Ministério da Saúde enviou na última quinta-feira um ofício a institutos e hospitais federais em que solicita a “ampla divulgação” do uso de cloroquina e hidroxicloroquina para o “tratamento precoce” de pacientes com Covid-19. Segundo o texto, a prescrição do medicamento “integra a estratégia do Ministério da Saúde para reduzir o número de casos que cheguem a necessitar de internação hospitalar”.

A orientação vai de encontro ao que afirmam sociedades médicas nacionais e internacionais, especialistas e a própria Organização Mundial de Saúde, que desaconselham o uso do remédio no tratamento à Covid-19. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, foi uma das instituições que receberam o ofício nesta quinta-feira, assinado pelo secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otavio Franco Duarte.