domingo, 26 de abril de 2020

FHC pede que Bolsonaro renuncie: 'Poupe-nos de um processo de impeachment'


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) sugeriu após a demissão de Sérgio Moro, que Jair Bolsonaro (sem partido) renuncie à Presidência "antes de ser renunciado" e poupe a sociedade de "um longo processo de impeachment".

"É hora de falar. Presidente está cavando sua fossa. Que renuncie antes de ser renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment. Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: a saúde e o emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil", escreveu FHC em seu perfil no Twitter.

A declaração do tucano é uma reação ao pedido de demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Mais cedo, ao anunciar sua saída, o ex-juiz federal disse que Bolsonaro teve papel fundamental em sua decisão. Segundo Moro, o presidente lhe quer "fora do governo".

O agora ex-ministro revelou não ter sido consultado sobre a demissão de Maurício Valeixo do posto de diretor-geral da Polícia Federal, acrescentando que soube do fato pelo Diário Oficial da União (DOU).

Para Moro, o ato "foi ofensivo" e não teve seu aval, como alega a Secretaria de Comunicação da Presidência.

terça-feira, 21 de abril de 2020

CULTURARTEEN 219 - abril de 2020

CULTURARTEEN 219 - abril 2020


- Bya Pennelopy é a Gata Verão Plus Size 2020, e espera um mundo melhor e mais solidário após o término dapandemia do Coronavirus-Covid 19
- jaqueline Gomes é a Gata Verão 2020
- Coronavirus-Covid 19, a ameaça mundial. Veja os sintomas, como se precaver e os bons exemplos 
- Pais de alunos estão vendendo cestas doadas pela prefeitura de Maricá
- Vice procurador eleitoral é favorável a extinção do PT
- Hospital de Curitiba reúne em exposição fotográfica, mulheres que venceram o câncer
- Cantinho da receita: Antepasto de Beringela
- Justiça pede adiamento do ENEM
- Recado para os homens: Amem mulheres normais!
- Recadastramento do Bilhete Único Universitário em Maricá, somente em maio
Tudo isso e muito na edição de abril do Informativo CulturarTEEN.

EM RESPEITO E CUIDADO AOS NOSSOS LEITORES, PARA EVITAR O MANUSEIO EXCESSIVO DA VERSÃO IMPRESSA DO INFORMATIVO CULTURARTEEN, ESTAREMOS CIRCULANDO APENAS NA VERSÃO ON LINE DURANTE O PERIODO DA PANDEMIA DO COVID 19 E ENQUANTO DURAR AS DETERMINAÇÕES DA PREFEITURA DE MARICÁ NA PREVENÇÃO DA PANDEMIA.










sábado, 18 de abril de 2020

SEM NOÇÃO: CASAL É FLAGRADO TENDO RELAÇÕES EM LOJA DE FAST FOOD


Completamente sem noção. Video vaza mostrando casal sem cerimônia nenhuma fazendo sexo enquanto aguarda lanche em uma das lojas do Mc Donlad's, e detalhe, a loja estava com movimento normal. Segundo informações, esse fato aconteceu no início do ano numa loja de São Paulo não informada.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

"Mandetta caiu porque evidenciou que o rei estava nu" por Gerson Camarotti

Há um consenso em Brasília sobre a queda do agora ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Ele caiu porque teve a ousadia de evidenciar que o rei estava nu.


Nestas últimas semanas, Mandetta não escondia sua contrariedade com gestos, atos e palavras do presidente Jair Bolsonaro em tentar flexibilizar as regras de isolamento social, de forma contrária às recomendações internacionais.

Diante do polêmico pronunciamento do presidente minimizando a pandemia do novo coronavírus e da insistência dele em fazer lanche em padaria e provocar pequenas aglomerações, Mandetta foi enfático em se posicionar de forma contrária e alertar os riscos desses gestos.

Apesar do desconforto no Palácio do Planalto com a “ousadia” de Mandetta em enfrentar publicamente Bolsonaro, houve um cálculo político nesta demora para concretizar a demissão. Bolsonaro temia, sim, a popularidade alcançada pelo seu ministro nesses últimos meses.

De forma franca ao tratar da pandemia, o agora ex-ministro da Saúde ganhou a confiança da maior parcela da população. E passou a ter uma aprovação bem maior do que o presidente. Portanto, na avaliação de interlocutores de Bolsonaro, era preciso causar antes algum desgaste ao ministro.

Isso foi tentando de forma mais enfática nas últimas duas semanas, quando Mandetta passou a ser classificado por bolsonaristas como “desleal” e “insubordinado”

Mas essa estratégia desmoronou na quarta-feira (15), quando numa entrevista desconcertante concedida no salão do Palácio do Planalto, Mandetta explicitou todo o jogo político do presidente e, mais uma vez, se posicionou a favor da ciência para enfrentar o inimigo maior: a pandemia.


Gerson Camaroti é colunista do Globo

Na despedida, Mandetta pede aos servidores da Saúde apoio ao futuro ministro

Divergências com o presidente Jair Bolsonaro levaram à demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde. 

Ele foi substituído pelo oncologista Nelson Teich.



Pouco depois de receber do presidente Jair Bolsonaro a notícia de que estava demitido, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez um pronunciamento aos servidores no auditório do ministério no qual pediu apoio ao futuro ministro. Antes do encontro com Mandetta, Bolsonaro esteve com o oncologista Nelson Teich, anunciado mais tarde como novo ministro.

Mandetta foi demitido devido às divergências públicas com Bolsonaro sobre o método de enfrentamento da epidemia de coronavírus. Mandetta defende o isolamento social como forma de reduzir a velocidade da contaminação. Bolsonaro fala em isolar somente idosos e pessoas com doenças crônicas, permitindo o funcionamento do comércio sem as restrições às atividades econômicas determinadas por governadores.

"Trabalhem para o próximo ministro tal qual vocês trabalharam para mim. Ajudem, não meçam esforços. Se trabalhavam para mim numa zona de conforto, pela equipe já estar organizada, desdobrem-se para que eles tenham o melhor ambiente para trabalhar."

Após agradecer nominalmente aos secretários e assessores que compunham a equipe, Mandetta pediu às equipes: “Não tenham medo”. Muitos dos citados pelo agora ex-ministro são servidores de carreira e, por isso, devem seguir na pasta na gestão de Nelson Teich.

“Não tenham medo. Não façam um milímetro diferente do que vocês sabem fazer. Eu deixo este Ministério da Saúde com muita gratidão ao presidente por ter-me nominado e ter permitido que eu nominasse cada um de vocês”, afirmou. “Não tenham uma visão única, não pensem dentro da caixinha. Às vezes isso é uma grande oportunidade, uma equipe que pensa diferente", disse.

Mandetta voltou a defender que as políticas adotadas no ministério sejam norteadas pela “defesa intransigente da vida, defesa intransigente do SUS [Sistema Único de Saúde] e da ciência”.

“Foquem nos três pilares que desses pilares vocês conquistarão tudo, porque esses pilares alimentam a verdade. A ciência é a luz, o iluminismo. É dela que vamos sair.”

No pronunciamento, Mandetta citou trecho da canção "Metamorfose Ambulante", de Raul Seixas.

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Vocês podem acreditar e são vocês que levam, que a opinião seja essa, após o embate, após a reflexão, após o conjunto dessa obra", disse aos funcionários do Ministério da Saúde.

Reunião com Bolsonaro
Segundo Mandetta, o encontro com Bolsonaro foi amistoso, e o presidente voltou a manifestar preocupação com os efeitos da epidemia sobre a economia.


“Sei da dificuldade, do peso da responsabilidade dele, do peso que é você decidir e que momento a economia deve retomar a sua normalidade. O impacto disso no emprego de milhões de pessoas. O presidente é extremamente humanista. Ele pensa também, nesse momento todo, pós-corona, tenho certeza que nosso senhor Jesus Cristo vai iluminá-lo e vai abençoá-lo para que ele possa tomar as melhores decisões”, afirmou Mandetta.

Mandetta disse que Bolsonaro poderá organizar uma equipe capaz de construir “um outro olhar”. O ex-ministro disse esperar que a nova perspectiva seja elaborada “com base na ciência”.

O ex-ministro também fez um agradecimento aos presidentes dos demais poderes, citando o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Luiz Henrique Mandetta não respondeu a perguntas de jornalistas, mas agradeceu ao trabalho da imprensa, que, segundo o ex-ministro, “sempre foi parceira da verdade” apresentada diariamente pela pasta que chefiava.

“Sem vocês, com certeza, o país não teria chegado nessa primeira etapa que foi a etapa em que nós conseguimos fazer não chegar naquela curva íngreme [da pandemia]”, disse.

Projeções e recomendações
Mandetta também fez algumas projeções sobre o futuro no campo da saúde e da convivência social. Na avaliação do ministro, “o modo de viver será diferente”, o distanciamento e as videoconferências “serão a tônica”.

Ele também defendeu os sistemas universais de saúde e declarou que os países devem discutir com mais frequência as questões da área.

“A gente vê que não pode deixar ninguém para trás mesmo. A vida, hoje, de uma pessoa na cracolândia, ela tem o mesmo significado quando ela competir pelo leito de CTI do homem mais rico deste país”, disse.

O ex-ministro também fez recomendações à população e afirmou que o sistema de saúde “ainda não está preparado para uma marcha acelerada” da Covid-19.

“Sigam as orientações das pessoas mais próximas, que estão em contato com o sistema de saúde, que são os prefeitos, governadores e o próprio Ministério da Saúde. E vamos juntos, porque vai ser bem dura a tomada de decisão que a gente vai ter que fazer nos próximos meses”, disse.


terça-feira, 14 de abril de 2020

BARÃO DE INOHAN 204 - 14 de abril de 2020

BARÃO DE INOHAN 204
14 de abril de 2020


- Comércios são fechados por desobediências as determinações da prefeitura de Maricá
- Hospital de campanha construido pelo governo federal em Goiás, custará R$ 10 milhões. No Rio, a iniciativa privada fará a doação para a construção de dois hospitais de campanha com 200 leitos (mesmo tamanho e especificações do de Goiás) ao custo de R$ 45 milhões cada, enquanto que o de São Gonçalo, custará R$ 90 milhões (mesmo tammanho e especificações). O dinheiro foi doado pelo governo de Maricá e Niterói (R$ 45 milhões cada municipio), ao governo do estado que fará a obra. Por que a diferença gritante dos valores?
- Pais de alunos estão vendendo cestas básicas doadas pela prefeitura de Maricá
- Forte ressaca destroi calçadão da orla de Maricá e abre canal da Barra
- Mudanças no trânsito do centro
- Novo hospital municipal de Maricá será aberto nos próximos dias e já recebe equipamentos
- Aprenda a diferenciar os sintomas entre resfriado comum e a Covid 19
- Número de casos confirmados em Maricá dobra em uma semana. Já são três obitos.
- Polos de atendimento do centro e Itaipuaçu já funcionam 

EM RESPEITO E CUIDADO AOS NOSSOs LEITORES, PARA EVITAR O MANUSEIO EXCESSIVO DA VERSÃO IMPRESSA DO JORNAL BARÃO DE INOHAN, ESTAREMOS CIRCULANDO APENAS NA VERSÃO ON LINE DURANTE O PERIODO DA PANDEMIA DO COVID 19 E ENQUANTO DURAR AS DETERMINAÇÕES DA PREFEITURA DE MARICÁ NA PREVENÇÃO DA PANDEMIA.
Barão de Inohan, já circulando na edição on line de 14 de abril de 2020










segunda-feira, 13 de abril de 2020

Witzel já assinou despesas de R$ 1,9 bilhão sem licitação para "supostamente" combater Covid 19

Entre uma das empresas contratadas, está uma com um vasto histórico de denúncias de má gestão e de irregularidades financeiras no RJ


A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro tornou sigilosos os processos administrativos que se remetem a contratações e gastos emergenciais para o combate ao novo coronavírus. Estes gatos podem chegar a soma de, ao menos, R$ 1,9 bilhão.


Segundo um levantamento, até a quarta-feira (08/4), o governo carioca já tinha empreendido cerca de R$ 1,9 bilhão com despesas relacionadas a pandemia do novo coronavírus.

O contrato de maior valor, de R$ 835,7 milhões, é com a organização social (OS) Iabas, para o gerenciamento de 1.400 leitos em hospitais de campanha. No entanto, a OS possui um vasto histórico de denúncias de má gestão e de irregularidades financeiras no Rio de Janeiro.


Outro contrato, de R$ 59,4 milhões pela compra de 300 ventiladores pulmonares, foi fechado com a A2A Comércio, Serviços e Representações.

A Total Med Comércio e Importação de Produtos Médicos Hospitalares, empresa sediada em Niterói, recebeu um contrato, no valor de R$ 36 milhões, para fornecer testes rápidos para o coronavírus, ao custo de R$ 180 por unidade.


Ainda constam nas despesas sem licitação, R$ 4,9 milhões para atendimento telefônico e R$ 9,6 milhões para um aplicativo que mostrará o desenvolvimento de expansão da doença.

Recentemente, o governador solicitou aos prefeitos de Maricá e Niterói, que DOASSEM R$ 45 milhões cada um, para a construção de um hospital de campanha em São Gonçalo, com capacidade de 200 leitos. O problema é que, em Goiás, o governado federal está construindo um hospital de campanha similar ao de São Gonçalo, também com 200 leitos, ao custo de R$ 10 milhões, ou seja, nove vezes mais barato que o de São Gonçalo. 

Quem explica?

sábado, 11 de abril de 2020

Doria pede que Bolsonaro respeite médicos: 'Salvaram sua vida'. David Uip pede a Bolsonaro que o respeite.

Doria pede que Bolsonaro respeite médicos: 'Salvaram sua vida'.

Joõa Dória, governador de São Paulo ao lado do médico infectologista David Uip

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), encerrou a entrevista coletiva da quinta feira 10 de abril pedindo que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha respeito pelos médicos. O político tucano citou que o agora chefe do Executivo foi salvo pela medicina e ficou internado no hospital Albert Einstein, na capital paulista, quando levou uma facada durante a campanha presidencial. 

Doria se irritou com a politização do tratamento envolvendo ou não o uso de cloroquina feito pelo infectologista David Uip, que foi contaminado pelo novo coronavírus. O presidente da República e o ministro Augusto Heleno cobraram que o coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo divulgasse se tomou ou não a droga.

"Quando o senhor precisou salvar sua vida, o senhor veio para São Paulo e foi atendido no Albert Einstein", disse. "Foi atendido pelos mesmos médicos da equipe que o David Uip participa. O senhor agradeceu naquele momento àqueles médicos do Albert Einstein e de Juiz de Fora que ajudaram a salvar sua vida. São esses médicos que estão ajudando a salvar a vida de milhões de brasileiros. Respeite a medicina, respeite os médicos. Você pode precisar deles outra vez."

O tratamento de David Uip virou questão política porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um entusiasta do medicamento. Ele defende sua eficácia contra a covid-19 com frequência e cobrou uma posição do coordenador do Centro de Contingência.

Antes da entrevista coletiva, o assunto da receita foi tratado por integrantes do governo de São Paulo. Havia também uma menção ao tema na lista de perguntas enviada pelos jornalistas que acompanham a coletiva de casa. A orientação dos assessores de comunicação foi Uip aproveitar a oportunidade para falar da cloroquina.

Mas a receita foi tratada na coletiva logo no começo pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que falou defendendo o infectologista e afirmando que Uip está sendo vítima de ataques disparados a partir do gabinete do ódio. Ele pediu respeitos aos médicos e acrescentou que Uip sugeriu ao Ministério da Saúde a adoção da cloroquina.

Após confirmar receita com cloroquina, Uip pede a Bolsonaro 'respeito'

Horas depois de confirmar à Rádio Gaúcha que é verdadeira a imagem de uma receita médica em que prescreve cloroquina para si mesmo, David Uip, chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que questionou nas redes sociais se o infectologista da equipe de Joao Doria (PSDB) havia tomado a medicação.

"Presidente, eu respeitei o seu direito de não revelar seu diagnóstico, respeite o direito de não revelar meu tratamento. A minha privacidade foi invadida. A privacidade da minha clínica foi invadida. Tomarei as providências legais adequadas para a invasão da minha privacidade e dos meus pacientes".

Uip se infectou com o coronavírus, se curou e voltou ao trabalho esta semana. Mas, questionado ontem se havia usado a cloroquina -- substância em estágio inicial de testes contra a covid-19 --, Uip se esquivou. Até que a imagem desta receita veio à tona.

Ainda sem confirmar se havia tomado o remédio, mas afirmando que é real a receita (que tem ele como paciente e como médico), Uip disse que o seu tratamento não tinha "nenhum valor" para a discussão, afirmou que não é contra a cloroquina, mas fez ressalvas.

"Na reunião de quinta passada com ministro Mandetta [da Saúde], sugeri que ampliasse o uso de cloroquina para todos os pacientes internados desde que o médico receitasse e o paciente autorizasse".

O infectologista ressaltou que a cloroquina tem efeitos cardíacos e hepáticos e Uip afirmou que precisa ser tomada com cuidado. Em seguida, reclamou de o seu tratamento, algo pessoal segundo ele, gerar tanta repercussão.

Tratamento de Uip foi politizado 

O tratamento de David Uip virou questão política porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um entusiasta do medicamento, que ainda carece de mais testes de eficácia e segurança, mas vem sendo usado preliminarmente.

Ontem, em coletiva de imprensa, David Uip se recusou a falar sobre o tratamento e responder se usou cloroquina alegando ser algo pessoal. "Eu não me prescrevi. Se eu tomei ou não antibiótico ou qual droga para febre e para enjoo é algo pessoal. Como eu respeito meus pacientes, gostaria de ser respeitado. Não faço isso para esconder nada, mas não quero transformar meu caso em modelo para coisa alguma", disse.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Gaúcha, Uip confirmou que o documento vazado é real, mas sem detalhar se usou o medicamento em seu próprio tratamento.

A receita é da minha clínica. Ela é real. Algum lugar vazou de forma incorreta. O que nada me preocupa. Eu não tenho nada contra o uso de cloroquina. Pelo contrário, eu uso nos meus pacientes internados. O que está se fazendo confusão é a respeito do meu tratamento pessoal. O meu tratamento, o que eu deveria fazer do ponto de vista de preocupação eu fiz, nos meus primeiros sintomas eu fiz exame. Eu vim a público e assim que percebi que estava complicando, eu vim a público, mas divulgar a receita individual de qualquer paciente eu entendo que não é correto. A transparência como homem público é dizer tudo que eu tenho. Divulgar um tratamento para propagação ou não de medicamentos eu acho incorreto", explicou.

"Essa receita é de 13 de março e meu diagnóstico é 23 de março. Temos 12 médicos e 9 infectologistas, todos que trabalham com infecção. Todos muito envolvidos na linha de frente no tratamento de coronavírus. Na clínica tomamos decisão de comprar diversos medicamentos, entre eles, a cloroquina. Ela não foi comprada em farmácia, foi uma cloroquina manipulada, isso é uma farmácia de manipulação e à disposição de uma clínica que está na linha de frente no tratamento de pacientes. Foi vazado de forma irregular", completou.


COVARDIA COM O POVO: Centrão se une à esquerda contra bloqueio de fundão eleitoral pela Justiça


A decisão liminar - provisória - da Justiça Federal em Brasília que bloqueou cerca de R$ 3 bilhões do fundo eleitoral e partidário foi criticada por lideranças de centro e da esquerda da Câmara. Representantes de partidos da direita apoiam a medida. Assim como a AGU (Advocacia-Geral da União), lideranças de centro e esquerda entendem que a decisão do juiz da 4ª Vara Federal Cível de Brasília, Itagiba Catta Preta Neto, interfere na independência dos poderes. A AGU do governo Jair Bolsonaro (sem partido) pediu a suspensão da decisão e justifica que a medida ameaça a "separação de Poderes de República".

Justiça suspende liminar, e medida de Witzel proibindo transporte intermunicipal no Rio volta a valer


O plantão do TRF-2 anulou, na noite da quinta-feira (10/4), uma decisão da Justiça Federal que suspendia a proibição de transporte intermunicipal no estado do Rio, medida tomada pelo governador Wilson Witzel em virtude da pandemia de coronavírus. Ao cassar a liminar da juíza Marianna Bellotti, o desembargador federal Aluísio Mendes entendeu que está entre as competências estaduais estabelecer as restrições excepcionais e temporárias que melhor viabilizem a proteção ao direito da saúde em seu território.

A liminar havia sido concedida a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que alegou violação ao direito de livre locomoção em tempos de paz. Ao autorizar que tal trecho do decreto de Witzel recupere a validade, o desembargador citou ainda decisões recentes dos ministros Alexandre de Moraes e Marco Aurélio Mello, do STF, no sentido de que a lei não afasta medidas dos governos estaduais e municipais para contenção do contágio.

Horas antes, logo depois de a primeira decisão vir a público, no início da noite desta quinta-feira, a Procuradoria-Geral do Estado anunciou que recorreria de imediato ao plantão da Justiça Federal. No entender da PGE, o pacto federativo e a autonomia dos estados não estariam sendo respeitadas. Também citando o STF, a PGE afirmou:

"De acordo com as decisões, os estados e municípios teriam autonomia para tomar medidas restritivas no combate ao coronavírus e proibia o Governo Federal de interferir nas decisões dos entes federativos".

sexta-feira, 10 de abril de 2020

"The Economist" detona Bolsonaro: ele dá sinais de insanidade!

Esse governo se resume a "bravatas e ignorância"


A revista tradicional revista britânica The Economist, a mais importante revista de economia do mundo, publicou um duro texto contra Jair Bolsonaro, que se isolou "do jeito errado" em meio à pandemia do novo coronavírus - em referência ao embate com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em torno das medidas de isolamento social.

"Um a um, os negacionistas fizeram suas pazes com a ciência e a medicina. Somente quatro líderes do mundo continuam negando a ameaça de saúde pública da covid-19", diz a revista, citando Bielorrussia, Turcomenistão - que proibiu o uso da palavra "coronavírus" -, Nicarágua e Brasil.

"A decisão de Bolsonaro de minar os esforços de seu próprio governo para conter o vírus podem marcar o começo do fim de sua presidência", acrescenta a revista, que ainda afirma que os primeiros 15 meses do governo Bolsonaro se basearam em "bravatas de macho e ignorância".


Para The Economist, o presidente demonstra sentir "ciúmes da popularidade crescente de um ministro que, na visão dele, precisa ser mais humilde"; além disso, a revista sustenta que o governo parece tratar Bolsonaro como um "familiar difícil de lidar e com sinais de insanidade", ao passo em que conta com o apoio de "um pequeno círculo de fanáticos ideológicos que inclui seus três filhos, a fé de evangélicos e pela falta de informação de muitos brasileiros sobre o coronavírus".

quinta-feira, 9 de abril de 2020

IMATURO: 'Médico não abandona paciente, mas paciente pode trocar de médico', diz Bolsonaro alfinetando Mandetta

Ao lado de Pedro Guimarães e da intérprete de libras, Bolsonaro exibe medicamento
à base de hidroxicloroquina             Foto: Reprodução

Ao lado de Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, Jair Bolsonaro usou sua live semanal no inicio da noite da quinta feira 09 de abril, para falar sobre o plano de auxílio que pagará três parcelas de R$ 600 aos trabalhadores informais afetados pela crise do coronavírus. Até esta quinta-feira, o programa registra 30 milhões de cadastros e já começou a pagar aos primeiros beneficiários. Foram R$ 2,1 milhões pagos a 2,5 milhões de famílias.

Mas este não foi o único tema da live. Ao defender mais uma vez o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento, o presidente afirmou que até sua mãe tomará a medicação se necessário. E completou mencionando uma expressão muito usada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que, ao reafirmar que segue como titular da pasta e à frente da condução da crise do coronavírus, diz que "médico não abandona paciente".

- Se você está com uma certa idade e for infectado, tomaria ou não? Minha mãe está com 93 anos. Está na cara que ela vai tomar. Democraticamente, sem problema nenhum. Claro que ela vai consultar o médico. Mas o médico vai ser favorável, tenho certeza. Você vai no médico, ele te recomenda uma coisa que você sabe que não vai dar certo... Você tem todo direito de trocar de médico. Tem todo direito. Com todo respeito aos profissionais. Então repito. O médico nao abandona o paciente, mas o paciente pode trocar de médico - afirmou Bolsonaro.

Segundo o presidente, o Brasil aguarda para a sexta-feira (10/4) a chegada de uma remessa de insumos para a fabricação do medicamento pelas indústrias do país. Ele classificou como boa a relação entre o Brasil e a Índia, principal exportadora da substância.

- Alguns falam que é o remédio do Bolsonaro. Não é meu, não. Hoje tivemos a informação de que o presidente da França se encontrou com pesquisadores da hidroxicloroquina. O mundo todo está ligado. E acredito que, brevemente, será publicado um estudo emergencial dando muito força para o uso da cloroquina ao pessoal acometido da Covid-19. A Índia suspendeu a exportação do insumo para produzir hidroxicloroquina. Mas nós temos um bom relacionamento com a Índia. Precisamos de insumo de forma emergencial, e a previsão de chegada para sábado passou para amanhã. Então teremos uma sobrevida para fabricar esse "trem" aqui - afirmou o presidente, que chegou a exibir uma caixa de medicamento à base da substância.

Bolsonaro ainda contou sobre a conversa que teve com o cardiologista Roberto Kalil antes de seu pronunciamento na televisão, na noite da última quarta. Ele não poupou elogios ao médico, que admitiu ter se tratado com cloroquina, e aproveitou para criticar David Uip. O coordenador do Centro de Contingência de Coronavírus em São Paulo não negou nem confirmou ter feito uso da substância em seu tratamento. Pediu direito à privacidade.

- Um médico renomado como o doutor Kalil se medicou com aquilo e, respeitando o juramento de Hipócrates, externou que tomou a hidroxicloroquina. Diferentemente de outro, que politizou. Isso aqui não pode ser politizado. Isso aqui é vida.

Mundo pode enfrentar falta de camisinhas por conta da pandemia da Covid-19

A quarentena adotada por vários países contra a pandemia da Covid-19 pode ter uma consequência inesperada: a falta de preservativos. Várias fábricas do produto estão paralisadas por conta da crise do coronavírus. A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que, caso a situação chegue a esse ponto, as consequências serão "desastrosas".
Na Malásia, um dos maiores produtores de camisinhas do mundo, políticas de isolamento estão em vigor desde 18 de março por conta do aumento no número de casos da Covid-19 no país. A Karex, que fabrica um a cada cinco preservativos no mundo, foi duramente afetada pelas restrições e estima que produzirá 200 milhões de camisinhas a menos até o fim do mês.
— O mundo enfrentará sem dúvida uma falta de preservativos — disse o diretor-executivo da Karex, Goh Miah Kiat, à AFP. — É um motivo de preocupação grande pois as camisinhas são um item sanitário de primeira necessidade.
A companhia, que fornece preservativos para várias companhias e governos ao redor do mundo, além de projetos humanitários, decidiu interromper a produção em três fábricas na Malásia. O governo malaio autorizou o retorno das atividades, mas apenas com 50% dos funcionários.
A Agência das Nações Unidas para a Saúde Sexual e Reprodutiva (UNFPA, na sigla em inglês) adverte que só poderá atender de 50% a 60% dos pedidos de fornecimento de preservativos que habitualmente recebe.
— O fechamento de fronteiras e as demais medidas de restrição prejudicam o transporte (de mercadorias) em vários países e regiões. Uma falta generalizada de preservativos ou qualquer outro meio contraceptivo pode gerar um aumento de gestações indesejadas com consequências desastrosas para a saúde e o bem-estar de adolescentes, mulheres, seus parceiros e famílias — indicou um porta-voz da UNFPA.
A agência também teme um aumento no número de abortos clandestinos e de contágios por doenças sexualmente transmissíveis, em especial a Aids.
De acordo com a Karex, a demanda por preservativos aumentou desde o início das políticas de confinamento. A imprensa indiana reportou um aumento de 30% na venda de camisinhas desde que o país impôs uma quarentena nacional aos 1,3 bilhão de habitantes.
A saída para a possível crise pode vir da China, onde o novo coronavírus Sars-CoV-2 surgiu. Os principais produtores de preservativos no país retomaram as atividades depois que as medidas restritivas foram aliviadas após a disseminação do vírus ter sido praticamente contida no país.
A HBM Protections, que fabrica mais de 1 bilhão de camisinhas por ano, anunciou que o ritmo normal da produção deve ser retomado em breve e espera sua triplicar sua capacidade até o fim do ano. O grupo Shanghai Mingbang Rubber Products, por sua vez, se disse disposto a aumentar suas exportações caso haja um esvaziamento dos estoques ao redor do mundo.
— Se os mercados internacionais sofrerem problemas, estamos de acordo quanto a exportar mais (preservativos) — disse à AFP o dirigente do grupo chinês Cai Qijie.

terça-feira, 7 de abril de 2020

EXPLICADA A IRA DE BOLSONARO: No Planalto, Mandetta se recusou a endossar decreto para liberar cloroquina

Bolsonaro tem sido entusiasta do uso da cloroquina para tratar o novo coronavírus, embora os testes ainda sejam iniciais


O governo federal elabora um decreto para permitir que profissionais da saúde (médicos e enfermeiros) e pacientes infectados com Covid-19 e que estejam em estado grave possam fazer uso do medicamento hidroxicloroquina para o tratamento da doença. Porém, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, se recusou a assinar o decreto após a reunião no Palácio do Planalto.

Ao final da conversa no Palácio do Planalto, Mandetta foi convidado a conversar com os médicos Nise Yamaguchi e Luciano Dias Azevedo. Eles defenderam que o ministro assinasse a liberação, mas Mandetta se recusou. Mandetta disse que aconselhou os dois especialistas a debaterem primeiro com os seus pares para depois submeter ao ministério.  

- Me levaram, depois da reunião lá, para uma sala com dois médicos que queriam fazer protocolo de hidroxicloquina por decreto. Eu disse a eles que é super bem-vindo, os estudos são ótimos. É um anestesiologista e uma imunologista que lá estavam - afirmou Mandetta, em entrevista no Ministério da Saúde,  acrescentando:

- (Eu disse) que eles devem se reportar a você (referindo ao secretário Denizar Vianna, de Ciência e Tecnologia da pasta) e que eles devem, nas sociedades brasileiras de imunologia e anestesia, fazerem o debate entre os seus pares. Chegando a um consenso entre seu pares, o Conselho Federal de Medicina e nós aqui do Ministério da Saúde, a gente entra. A gente tem feito isso constantemente. 

Mandetta afirmou que nesta segunda-feira, por exemplo, recebeu informações de pesquisas sobre um remédio, chamado ivermectina, usado para tratar gado, matar carrapato e deixar o pelo do animal bonito. O medicamento pode ser promissor para tratar o novo coronavírus. No entanto, o ministro destacou que será feito '"pela ciência", repetindo diversas vezes a palavra. 



- Vamos fazer pela ciência, ciência. Não vamos perder o foco: ciência, disciplina, planejamento, foco. Não perca. Esses barulhos que vêm ao lado, fulano falou isso, beltrano falou aquilo, esquece, eles estão aqui do lado - disse Mandetta.

Logo depois, Denizar Vianna, secretário de Ciência e Tecnologia, falou que a pasta deve ter resultados para anunciar ainda no mês de abril sobre terapias seguras para tratar a covid-19. Ele não deu detalhes sobre a quais medicamentos se referia.

- Estão em curso vários ensaios clínicos para testar esses medicamentos. Temos resultados preliminares ainda no mês de abril para oferecer terapias seguras e eficazes para a população. Temos que pautar as decisões baseadas em evidências científicas - disse Vianna.

O presidente Jair Bolsonaro tem sido entusiasta do uso da cloroquina para tratar o novo coronavírus, embora os testes ainda sejam iniciais e não haja ainda um protocolo estabelecido. Na contramão do discurso de Bolsonaro, Mandetta adota tom cuidadoso ao falar da substância.


segunda-feira, 6 de abril de 2020

Presidente do Senado tenta manter Mandetta no cargo

Davi Alcolumbre alerta governo que demissão do ministro vai prejudicar relação com Congresso


O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), alertou ao governo para os riscos decorrentes da demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Alcolumbre ligou para o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) dizendo que, caso a demissão de Mandetta fosse concretizada, a relação do governo com o Parlamento "ficaria muito difícil".

Alcolumbre também disse ao ministro da Secretaria de Governo não haver justificativa para a saída do ministro da Saúde e que qualquer movimento nesse sentido obrigaria os chefes do Legislativo a se posicionarem publicamente contra a decisão. O presidente do Senado lembrou que, além do Congresso, Mandetta tem o respaldo da população.

O senador também conversou com o Onyx Lorenzoni (Cidadania), que é do DEM, mesmo partido de Alcolumbre e Mandetta. O presidente do Senado afirmou não ser possível "o governo cogitar tirar um ministro que está fazendo um excelente trabalho".


Em reunião com integrantes do Ministério Público nesta segunda-feira, o ministro da Saúde admitiu a dificuldade que encontra no cenário político e que não sabe "até quando ficará Ministro da Saúde". A reunião pode ter sido um dos últimos compromissos de Mandetta no cargo.

Pelo menos 20 governos estaduais decidiram prorrogar as regras de quarentena com restrição do funcionamento do comércio e de escolas recomendadas pelo Ministério da Saúde. Governadores que chegaram a prometer flexibilização das medidas voltaram atrás e optaram pela manutenção do isolamento social como principal forma de combate ao novo coronavírus.

domingo, 5 de abril de 2020

Deputado Filippe Poubel propõe isenção de pedágio para caminhoneiros


A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro vai analisar o projeto de lei 2073/2020, do deputado bolsonarista Filippe Poubel, para que caminhoneiros que transportam produtos de primeira necessidade humana tenham isenção no pagamento de pedágio das rodovias estaduais, enquanto perdurar o estado de calamidade pública do coronavírus, instituído no Decreto 46.970/2020.

A proposta estabelece que as concessionárias de pedágio deverão conceder isenção para todos os caminhoneiros que transportarem alimentos, medicamentos, produtos de higiene pessoal, entre outros de primeira necessidade humana. 

Ainda de acordo com o projeto de lei, o caminhoneiro deverá apresentar a nota fiscal das mercadorias transportadas e/ou pedido de entrega (ou retirada) realizado pelo comprador ou vendedor das mercadorias.

“O abastecimento de artigos de primeira necessidade é fundamental, da mesma forma que precisamos contribuir para o equilíbrio financeiro dos trabalhadores. É justo que os caminhoneiros possam ter isenção de pagamento de pedágio nas rodovias estaduais, por desempenharem uma missão tão importante para as famílias e atividade econômica do Estado”, justifica o deputado Filippe Poubel.


sábado, 4 de abril de 2020

Relatório do MS diz que Brasil não tem laboratórios, médicos e equipamentos para combater Covid-19


"Os leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia", informa o boletim

Um relatório elaborado pela equipe técnica do Ministério da Saúde aponta que o Brasil não tem médicos, laboratórios e equipamentos em número suficiente para o combate ao novo coronavírus. O boletim foi publicado no fim da noite de sexta-feira no site do Ministério da Saúde.

"Há carência de profissionais de saúde capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem direcionados para o manejo clínico de pacientes graves de COVID-19 e profissionais treinados na atenção primária para o manejo clínico de casos leves de Síndrome Gripal", diz um trecho do boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde e que compilou dados até a última sexta-feira.

Em outro trecho, o documento faz uma avaliação negativa sobre a estrutura física do país no combate à doença. Por já saber da questão, os estados têm criado leitos, inclusive em hospitais de campanha.

O Ministério aponta ainda que o Distrito Federal e os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e Ceará são os que inspiram mais cuidado atualmente. A pasta teme que, nesses locais, a epidemia esteja em transição para uma fase conhecida como "aceleração descontrolada".

O ministério divide as fases da epidemia em quatro: epidemia localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle. Esses cinco estados são os que apresentam o maior número de casos confirmados por grupo de 100 mil habitantes.

O documento diz ainda que a capacidade laboratorial do governo é insuficiente para atender à demanda projetada pelo Ministério da Saúde para o que considera que será a fase mais crítica da epidemia. 

Para dar conta dessa fase, a rede nacional de laboratórios, composta por 27 laboratórios centrais nos estados e no Distrito Federal precisaria ampliar sua capacidade diária de processar exames que é de 6,7 mil por dia para algo em torno de 50 mil por dia, um aumento de 646%.

Contrariando as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que é contra a manutenção de medidas de distanciamento e isolamento social, o boletim reforça ainda que tais medidas precisam ser mantidas para evitar um aumento avanço maior da Covid-19 no Brasil. Bolsonaro estuda flexibilizar o isolamento em cidades pequenas e médias com poucos casos.

"O Ministério da Saúde do Brasil avalia o risco nacional como muito alto. Deste modo, as Unidades da Federação que implementaram medidas de distanciamento social ampliado devem manter essas medidas até que o suprimento de equipamentos (leitos, EPI, respiradores e testes laboratoriais) e equipes de saúde (médicos, enfermeiros, demais profissionais de saúde e outros) estejam disponíveis em quantitativo suficiente", informa outro trecho do boletim.

Perfil das vítimas
O documento também detalha o perfil das vítimas até o momento. Entre os 359 óbitos confirmados até então, 286 já possuem investigação concluída, diz o ministério. Destes, 165 (57,7%) foram do sexo masculino.

Já com relação à idade, 242 ou 85% dos casos de óbito por Covid-19 registrados tinham 60 anos ou mais.

O boletim também reforça a prevalência de fatores de risco para o agravamento da infecção pelo novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, em 82% dos óbitos havia uma comorbidade associada.

Cardiopatias foram as mais frequentes: em 57,5% dos casos investigados (164 óbitos), essa foi a principal comorbidade citada - e em 155 mortes, o paciente tinha 60 anos ou mais.

Em seguida vieram descrições de diabetes (40% dos óbitos investigados), pneumopatia (45%) e doenças neurológicas (10,5%). Casos de insuficiência renal, obesidade e asmas também foram citados, em menor destaque. 

Segundo pesquisadores, o número de casos de coronavírus no Brasil pode crescer até seis vezes em 18 dias.