O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), alertou ao governo para os riscos decorrentes da demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Alcolumbre ligou para o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) dizendo que, caso a demissão de Mandetta fosse concretizada, a relação do governo com o Parlamento "ficaria muito difícil".
Alcolumbre também disse ao ministro da Secretaria de Governo não haver justificativa para a saída do ministro da Saúde e que qualquer movimento nesse sentido obrigaria os chefes do Legislativo a se posicionarem publicamente contra a decisão. O presidente do Senado lembrou que, além do Congresso, Mandetta tem o respaldo da população.
O senador também conversou com o Onyx Lorenzoni (Cidadania), que é do DEM, mesmo partido de Alcolumbre e Mandetta. O presidente do Senado afirmou não ser possível "o governo cogitar tirar um ministro que está fazendo um excelente trabalho".
Em reunião com integrantes do Ministério Público nesta segunda-feira, o ministro da Saúde admitiu a dificuldade que encontra no cenário político e que não sabe "até quando ficará Ministro da Saúde". A reunião pode ter sido um dos últimos compromissos de Mandetta no cargo.
Pelo menos 20 governos estaduais decidiram prorrogar as regras de quarentena com restrição do funcionamento do comércio e de escolas recomendadas pelo Ministério da Saúde. Governadores que chegaram a prometer flexibilização das medidas voltaram atrás e optaram pela manutenção do isolamento social como principal forma de combate ao novo coronavírus.